Concurso de Roteiro

Concurso de roteiros de longas-metragens de ficção ainda não produzidos. Os finalistas apresentaram seus projetos em um pitching aberto dentro do FRAPA no dia 5 de agosto de 2015. Os três vencedores ainda estiveram no Festival de Gramado, onde receberam uma consultoria do cineasta uruguaio Pablo Stoll.

VENCEDORES DO CONCURSO DE ROTEIRO

Parabéns aos vencedores:

1° lugar: Corte Seco – de Ismael Caneppele (Porto Alegre)

2° lugar: : Amem – de Mariana Tesch Morgon (São Paulo)

3° lugar: Terrestre – de Alana Rodrigues e Ana Johann (Curitiba)

 

Menção Honrosa: Levantón – de Jaime Fidalgo (México)

Menção Honrosa: Vontade dos Homens – de Marcelo Freitas Toledo de Melo (Brasília)

Menção Honrosa: Coração de Pedra – de Péricles Barros (Rio de Janeiro

 

Melhor Pitching: Represa – de Diego Hoefel e Ricardo Alves Jr. (Fortaleza)

Os três roteiros considerados os melhores do concurso pela curadoria receberam licenças do software Final Draft. Os dois melhores também poderão se inscrever gratuitamente no Festival GUIÕES 2016. E o melhor ainda ganhou um curso no b_arco.

 

Regulamento

É com imensa alegria que anunciamos os finalistas do Concurso de Roteiro de longas do FRAPA. Tivemos um total de 98 inscrições e a nossa curadoria fez um trabalho maravilhoso ao conseguir ler e analisar tantos roteiros em um tempo reduzido. Nossos sinceros agradecimentos.

Fizeram parte da curadoria/júri: Davi de Oliveira Pinheiro, Eleonora Loner, Frederico Ruas, Gabriel Faccini, Marcio Schoenardie, Pedro Guindani, Thiago Duarte e Tiago Rezende.

Mais uma vez obrigado a nossa curadoria e parabéns aos finalistas:

  • Amen – de Mariana Tesch Morgon (São Paulo)

Beth and Wilson Rumberger are having financial and marital problems. Their 9-year-old daughter Anna decides to wear a mustache to save her parents marriage.

  • Coração de Pedra – de Péricles Barros (Rio de Janeiro)

Entre 1926 e 1931, cerca de 200 homens arriscaram suas vidas para erguer, no alto de uma montanha, um gigantesco monumento religioso que se tornou o maior ícone visual do Rio, do Brasil e da América Latina: a estátua do Cristo Redentor. “Coração de Pedra” é a história de alguns desses operários. Seus dramas, seus sonhos e paixões. Erguer esse “gigante de pedra” no exíguo topo do Corcovado, a quase mil metros de altura, foi uma grande empreitada. Uma aventura ambiciosa e arriscada. Os registros de época citam os engenheiros que idealizaram e conduziram o empreendimento. No entanto, passados mais de 80 anos da inauguração, permanecem esquecidos pela História os verdadeiros e anônimos protagonistas dessa saga: os operários que trabalharam na construção do Cristo Redentor. Um deles, Joel (personagem fictício), em companhia do filho Damião, e do parceiro de toda vida, Alaor, vive ali – enquanto o monumento vai tomando forma – uma experiência que envolve fé, dor, desejo de vingança e amor.

 

  • Corte Seco – de Ismael Caneppele (Porto Alegre)

GENDER é um rockstar, de trinta e poucos anos, que começa a fazer um certo sucesso mundial, cantando e tocando suas composições. No meio da tourné soul americana, GENDER conhece VERA, uma misteriosa garota que acompanha os seus shows. À medida que se aproximam, GENDER e VERA passam a se transformar na mesma pessoa. A simbiose com VERA obriga GENDER a abandonar a tourné para perseguir a mulher. Os dois partem para uma nova existência longe do Brasil. Em Berlim, GENDER experimenta um novo estilo. Flerta com as possibilidades de ser mulher. Com VERA, compõe um estranho casal trans lésbico. Mas o desejo de ser VERA leva GENDER às últimas consequências. Na Tailândia, na clínica do famoso dr Kamol, GENDER opta pelo radical. VERA, apavorada diante do homem que, sem limites, amputou parte de si para ser ela, foge de volta para o Brasil. GENDER, disposta a tudo para estar com VERA, volta para casa sem saber o que a espera na terra natal.

 

  • Estrela sem céu – de Guilherme Macedo (Rio de Janeiro)

Zezinho, 75 anos, mora sozinho em um apartamento no conjunto habitacional Cruzada São Sebastião, localizado na Zona Sul carioca. Todos os dias ele ganha um ingresso da vizinha, Maiara, para ir ao Planetário ver filmes sobre as estrelas. Em um dia, porém, ele é encontrado morto em uma das poltronas do cinema por Rosana, funcionária do lugar e colega de quarto de Maiara. A vida sem cor de Rosana se transforma quando a amiga perde o emprego e ela se vê obrigada a morar no apartamento que havia sido de Zezinho. Lá, Rosana descobre que o antigo morador havia mudado de identidade ao fugir de um incêndio em uma favela próxima dali. Ela decide, então, procurar a família perdida de Zezinho e conhece Felipe, seu neto. Pouco a pouco Rosana se dá conta de que, ao crescer, a cidade expulsa aqueles que não lhe servem mais, e essas pessoas não veem outro caminho a não ser flutuar por não-lugares como estrelas sem céu.

  • Levantón – de Jaime Fidalgo (México)

De regreso a casa de un congreso médico, dos doctores se enteran de que un cuerpo ha sido encontrado al pasar la próxima caseta de cobro donde hay un riguroso control militar, por lo que toman una ruta diferente para evitar contratiempos. En la carretera libre, los doctores son atracados por un par de ladrones disfuncionales que buscan robarles su camioneta último modelo. El conflicto ocurre cuando los robacoches descubren que sus víctimas son reconocidos cirujanos y con ambiciones de una estafa mayor y de dinero fácil toman una decisión impulsiva y los secuestran sin pensar en las consecuencias. Pero el plan original de demanda de rescate sale terriblemente mal y, a la par del primer intento de escape de los doctores, se generará una serie de eventos con efecto dominó que romperán con el aparente equilibrio entre todos los implicados y los llevará al límite de su ética y moralidad, para al final demostrar que inevitablemente: «todos somos prisioneros de nuestras circunstancias.

  • O Homem Descalço – de Camila Agustini (São Paulo)

Antônio tem mais de 60 anos e trabalhou a vida inteira analisando a qualidade da chuva de São Paulo. Agora, ele terá que reaprender a viver sem aquilo que mais aprecia: seu laboratório. Em uma noite de chuva ele descobre algo que o intriga: uma jovem se molha de propósito na chuva no estacionamento do edifício vizinho ao seu. É Joana, uma modelo de sapatos de luxo, daqueles que ninguém usa na vida cotidiana. Joana não vê muito sentido em seu trabalho, mas também não sabe o que faria se não fosse isso. Ela vive com seu marido, Adam, justo em frente ao apartamento de Antônio. São vizinhos. Da janela da casa dele é possível ver tudo que acontece na sala dela e vice-versa. Por meio destas janelas Antônio e Joana se descobrem e começam uma estranha relação marcada por detalhes, pequenos gestos e nenhuma palavra. Pouco a pouco, cada um começa a fazer parte da vida do outro. Ele passa a se cuidar mais. Ela a trabalhar menos. Estão juntos e separados ao mesmo tempo. Até um dia que Joana e Adam tem uma briga muito séria, violenta, e Antônio finalmente toma coragem para se aproximar. Não é nada fácil. Nunca é. As janelas se fecham. Até um outro dia de chuva.

  • Represa – de Diego Hoefel e Ricardo Alves Jr. (Fortaleza)

Após a morte de sua mãe, João descobre que ela havia deixado para trás um filho quando fugiu de seu primeiro casamento. A notícia da existência desse irmão impulsiona João a partir de Bento Gonçalves, no interior do Rio Grande do Sul, em direção a Nova Jaguaribara, um pequeno povoado no Ceará construído às margens da represa responsável pelo desaparecimento da antiga cidade de sua mãe. Ir para esse lugar é um misto de luto e desejo por se reconectar a suas origens. João quer entender um pouco mais sobre a escolha da mãe, que abandonou tudo o que tinha em sua antiga cidade, hoje afundada pela represa construída a partir dos estudos feitos por seu pai, na época em que os dois se conheceram. Quando chega a Nova Jaguaribara, João percebe que pode se sentir estrangeiro em seu próprio país. Ele encara seu irmão, mas apesar de poder encontrar nele um rosto quase igual ao seu, tudo parece ser distinto entre os dois.

  • Terrestre – de Alana Rodrigues e Ana Johann (Curitiba)

Em uma vila rural no interior do Paraná, no início dos anos 90, CUTA, 17 anos, depois de descobrir que o pai tem um caso com a vizinha NICA, uma jovem com fama de ser retardada, passa ter um olhar diferente sobre o mundo em que está imerso. TERRESTRE explora o universo rude da comunidade local, os ambientes e situações em que se dão as relações de poder entre os moradores da região.

  • Volátil – de Karen Sztajnberg (Nova York / Rio de Janeiro)

Drama histórico baseado em eventos reais. Volátil revela a estória do pioneiro da anestesia, o homem que deu o salto quântico para a ciência ao mesmo passo que precipitou sua própria vida num espiral de trágico. Em 1844, quando o progresso da cirurgia estava comprometido por ela resultar em dores lacerantes, o Dr. Horace Wells, um dentista viúvo duma cidade pequena da Nova Inglaterra, vê o gás hilariante sendo usado como atração circense e imediatamente reconhece seu potencial para a medicina. No entanto, para desenvolver sua pesquisa e apresentar essa descoberta no congresso anual de Harvard ele terá que investir do seu próprio bolso, deixando Lucille, sua filha e braço direito, sem dote, o que na época significava sem futuro. O desejo de reconhecimento, o altruísmo, e a inconsequência se confundem na estória de Dr. Wells e sua filha Lucille.

  • Vontade dos Homens – de Marcelo Freitas Toledo de Melo (Brasília)

Felipe, boxeador profissional nascido no Congo, está em São Paulo há alguns meses. Afundado em dívidas contraídas com seus compatriotas, busca de maneira inconsequente e arriscada um caminho rápido para obtenção de dinheiro. Afunda-se então em seu inferno pessoal, já antes sinalizado pelo agiota Benoît.

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Na foto os curadores Pedro Guindani, Gabriel Faccini, Tiago Rezende, Frederico Ruas, Thiago Duarte, Eleonora Loner e  Marcio Schoenardie, juntamente com o diretor do FRAPA, Leo Garcia, debatem os roteiros. (o curador Davi de Oliveira Pinheiro não saiu na foto)

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Importante salientar que a curadoria, seguindo o item 19 do regulamento que anunciava que “A organização do FRAPA reserva-se o direito de selecionar e premiar, ou não, quaisquer roteiros em quaisquer categorias, conservando para si todas as prerrogativas referentes a esses processos de seleção, inclusive a de não premiar ou selecionar o total de roteiros indicados no item 2 para quaisquer atividades ou prêmios”, preferiu não seguir o item 18 do regulamento (que dizia que dois projetos de roteiristas residentes do Rio Grande do Sul deveriam ser selecionados), por acreditar que os 10 escolhidos mereciam estar entre os finalistas devido a suas imensas qualidades.

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