É com grande alegria que divulgamos os 10 FINALISTAS no Concurso de Roteiro de Longa-Metragem do FRAPA 2018, que apresentarão seus pitchings durante o festival. Foram 187 roteiros inscritos na categoria nesta edição.
A equipe do FRAPA parabeniza os FINALISTAS:
“Alternativa D”, roteiro de Letícia Fudissaku (Osasco/SP)
Regina é uma jovem extremamente tímida com um sonho “impossível”: se tornar uma grande advogada. Ela está no 3º ano do Ensino Médio e vive sob a asa de sua mãe, a implacável Patricia. Por acidente, Regina descobre que seu professor Evandro se apresenta na noite como Charlotte, uma drag queen. Para garantir que ela mantenha seu segredo, Evandro se oferece para ajudá-la a superar suas inseguranças e seguir seu sonho.
“Avenida Beira-Mar”, roteiro de Bernardo Florim e Maju de Paiva (Rio de Janeiro/RJ)
Avenida Beira-Mar aborda a transexualidade na infância. Rebeca, uma menina solitária, muda-se com a mãe para o litoral de Niterói-RJ. A menina é proibida de sair de casa por conta da onda de assaltos. Ela observa o dia-a-dia da vizinhança por cima do muro. É assim que conhece Mika, menina da sua idade, que transita livremente pelo bairro. Rebeca começa a segui-la e descobre um segredo: Mika é biologicamente do sexo masculino, mas usa roupas femininas e deixou o cabelo crescer. As duas meninas se tornam amigas. Os assaltos na região são praticados por Mika, que invade casas e furta objetos femininos para sua coleção. Mika não é aceita como menina pelos pais, que tomam uma medida drástica: raspar a cabeça da filha. Depois disso, Mika desaparece sem deixar rastro. O que ninguém sabe é que ela está escondida na casa de Rebeca. Conforme o cerco se fecha, as meninas se veem diante dos dilemas do mundo adulto: seguir as leis da sociedade ou assumir as consequências de uma vida em liberdade
“Blush”, roteiro de Rodrigo de Vasconcellos (Rio de Janeiro/RJ)
Gizelle está de volta à Americana, interior de São Paulo, para competir pela faixa do concurso Rainha do Rodeio, o desfile country que elege todo ano a mulher mais bela da cidade. Mas a corrida de Gizelle pela faixa se revela uma jornada maior em busca do amor e da aprovação da sua própria mãe, a tradicional Sarah, “Rainha das Rainhas”, ícone das passarelas locais. Gizelle é uma mulher transexual e para sua mãe, uma candidata desconhecida. E é assim que ela decide manter as coisas, pelo menos, até conquistar a coroa. Só que nem tudo sai como o planejado e, com a ajuda da drag queen e experiente professora de passarela Val, Gizelle vai aprender a desfilar pelo seu direito de existir no mundo.
“Casa sem Dono”, roteiro de Alvaro e Mario Furloni (Angra dos Reis/RJ)
Macaé, 2017. Uma casa vira objeto de violenta disputa, depois que seu antigo proprietário morre inesperadamente. Do outro lado da rua mora Maya, uma jovem de classe média que acompanha de longe as estratégias dos supostos herdeiros para tomar posse do imóvel. Sem perceber, ela se envolve diretamente na briga pela casa sem dono e acaba pagando um preço alto por isso.
“Casarão”, roteiro de Cíntia Domit Bittar e Maria Augusta Villalba Nunes (Florianópolis/SC)
Interior de Santa Catarina, 1950. Após a morte de seu marido Hemir, a imigrante libanesa Salma (55) precisa tomar o controle de sua vida e para isso contará com a ajuda de sua filha Nadja (35), que retorna ao Casarão da família após dois anos de ausência. Nadja não aceita a resistência da mãe em mudar seus hábitos e construir uma nova vida. Mas elas terão que se unir quando descobrem que Hemir perdeu tudo e deixou uma dívida com Giovani, o violento ex-marido de Nadja. Para conseguir o dinheiro elas vedem os bordados árabes feitos por Salma e também algumas jóias, mas nada basta pois o que Giovani realmente quer é ter Nadja de volta para si. Salma lhe oferece o Casarão mas descobre, para seu desespero, que Hemir também o perdeu. Diante disso, ela decide matar Giovanni para proteger sua filha, seu território e sua liberdade. O crime une ainda mais mãe e filha e essa jornada provoca mudanças em Salma. Talvez só agora ela realmente tenha saído daquele navio que outrora partira do Líbano.
“Confete”, roteiro de Juliana Milheiro (Birmingham, Inglaterra)
O amor pode acontecer em qualquer idade. O carnaval também! Confete é um musical que conta histórias de amor de mulheres de diferentes idades vividas no carnaval de rua do Rio de Janeiro. As histórias são embaladas por marchinhas clássicas e também por músicas modernas que têm o carnaval como tema. Aurora, 79, adora carnaval, mas seu marido odeia. Esse ano, ela decide curtir o carnaval sozinha. Catarina, 22, romântica, pensa estar vivendo a história de amor perfeita no carnaval, mas descobre que está sendo iludida. Olívia, 22, melhor amiga de Catarina, é solteira convicta e quer aproveitar o carnaval ao máximo, mas acaba se apaixonando por um enigmático Pierrot. Bete, 37, está com o casamento estremecido e quer fugir do carnaval com o marido e as filhas, mas perde o voo quando um bloco invade o aeroporto, o que piora ainda mais sua situação. Por fim, Nina, 32, reencontra um antigo amor durante o carnaval. A vontade de reviver o que tiveram é forte, mas agora Nina é casada com filhos.
“Depois de Domingo”, roteiro de Carlos Daniel Reichel (Jaraguá do Sul/SC)
Roberto vive para o trabalho, mas sua loja já viu dias melhores. O pior são os assaltos, diria um dos seus clientes. Roberto tem medo e quer proteger o seu negócio e a sua família. Um dia ele compra uma arma e mata uma pessoa. Depois disso tudo muda. É um domingo.
“La Ursa”, roteiro de Daniel Edmundson e Tuca Siqueira (Recife/PE)
Em uma metrópole do nordeste do Brasil, algo inusitado acontece num residencial de classe média: O zelador Pacífico encontra o corpo de um jovem desacordado no pátio que caiu após levar um choque ao pular o muro. O zelador leva o corpo até a síndica Alva que convoca a comissão de segurança do condomínio para resolver o problema. Incrédulos, eles se perguntam: o que acontecera com a cerca projetada para eletrocutar até a morte e ejetar os invasores para fora dos limites do condomínio? Encarcerados no próprio medo, os moradores se organizam em uma milícia armada. Na chegada da noite, o pânico se instaura ainda mais e eles decidem aumentar brutalmente a voltagem da cerca, causando um blackout geral. Enquanto isso, o jovem desacordado desperta e inicia uma fuga desesperada. Enfurecidas, sem acesso a seus jogos eletrônicos por terem perdido o sinal de wi-fi, as crianças do prédio se vingam dos adultos e acabam capturando o jovem que tentava fugir. Com o seu prisioneiro elas criam uma gangue inspirada no mito da La Ursa* e cometem delitos dentro do condomínio.
*Brincadeira carnavalesca do Recife, originária dos ciganos que percorriam a cidade com animais acorrentados e pedindo dinheiro.
“Livramento”, roteiro de Lillah Halla e María Elena Morán Atencio (Porto Alegre/RS)
Na permeável e quase invisível fronteira entre Brasil e Uruguai, Caro, no auge da adolescência, se depara com uma gravidez indesejada. Com ajuda de Soledad, sua professora na escola rural e amiga de sua falecida mãe, Caro é atendida num hospital uruguaio, onde tem a possibilidade da interrupção legal da gravidez, com a condição de ter documentos uruguaios e autorização de seu pai e representante legal, Juan Manuel. Determinada a interromper a gravidez, sua intimidade e seu futuro viram cenário de disputas morais, legais e religiosas. Juan Manuel recebe ameaças de todos lados. Sem nunca ter providenciado a identidade uruguaia, Caro e seu pai devem responder à lei do Brasil. A fronteira vira um limite perfeitamente desenhado: de um lado o aborto é penalizado; do outro, não. Quando o prazo final para realizar o procedimento se aproxima, ela decide não colocar sua família em risco. Com a cumplicidade das amigas, Caro opta pelo perigoso — e incerto — caminho clandestino.
“O Rio”, roteiro de Wislan Esmeraldo de Oliveira, Mariana Nunes e Victor Costa Lopes (Fortaleza/CE)
Durante a década de 60, Felipe e Matheus eram garotos inseparáveis que viviam em Aurora, Ceará. Foram o primeiro amor da vida um do outro, até que Felipe e sua mãe fogem da cidade após ele ter sido espancado pelo pai de Matheus, que desaprovava a relação dos dois. Cinquenta anos depois, Felipe se vê obrigado a voltar a Aurora após a morte de sua mãe, que sempre desejou ser enterrada em sua cidade natal. O retorno de Felipe à cidade de onde fugiu é um reencontro com uma memória submersa, que ele até então havia decidido esquecer. Ele redescobre os espaços e os rostos já desfigurados pelo tempo, deparando-se com a vida que teria tido se nunca tivesse saído de lá. O reencontro com Matheus, já tão distinto do garoto que foi, é decisivo para que Felipe decida ficar na cidade por mais alguns dias, até a missa de sétimo dia de sua mãe. Nesse período, os dois se esforçam ao máximo para superar as diferenças construídas ao longo de décadas e restituir a adolescência que lhes foi tirada.
*
Parabéns também aos SEMIFINALISTAS:
“Depois da Tempestade”, roteiro de Pedro Belchior Costa (Niterói/RJ)
Para sair da favela, um jovem negro e egocêntrico em busca de respeito e reconhecimento precisa superar seus próprios preconceitos diante de uma comunidade branca e rica, antes que uma carreira no tráfico se torne seu único caminho.
“Entre Vênus e Marte”, roteiro de Rafael Santos (Portugal)
Uma mulher chega de férias a uma idílica quinta turística, logo percebendo que está num lugar de regras bizarras. Ao violar uma delas, é expulsa, e a família feita refém. Para voltar, ela tem de emendar o erro – e capturar um criminoso que ela permitiu fugir. A missão torna-se surreal quando ela percebe que a quinta, afinal, não existe. Pior: nunca existiu.
“Forget-me-nots”, roteiro de John Dummer (Estados Unidos)
A grieving astrobiologist and two intruders await the end of life on Earth from an impending supernova explosion. An invasive species of A.I. from another world offers an escape of sorts.
“Lori Mine, Everybody”, roteiro de Thais Rodrigues Andrade (São Paulo/SP)
Due to her lonely, vapid life, a 45-year-old video store clerk takes to her mind’s fabrications when trying to impress strangers at bars. After a simple life dentist gets interested in her, offering excitement to her days, she’s confronted with her lying habits.
“Pescadores de Nuvens”, roteiro de Thiago Amendoeira e Lucas Calmon (Rio de Janeiro/RJ)
Em uma pobre vila encrostada entre o mar e o deserto, a escassez de água faz com que a única saída para a maioria dos moradores seja abandonar a cidade e recomeçar a vida do outro lado das montanhas. Não para Salvador. Velho e introspectivo, o pescador enfrenta uma dura rotina de subsistência, evitando qualquer contato com os outros e recusando-se a abandonar sua casa. Em uma violenta tempestade em alto mar, encontra milagrosamente um menino escondido em um canto do seu barco. Entre abandonar o garoto à própria sorte ou deixá-lo entrar em sua vida, Salvador se vê obrigado a abrigá-lo. O olhar infantil e sonhador do menino logo entra em conflito com os traumas e cicatrizes do senhor de idade. E da fria e distante relação imposta pelo pescador, aos poucos floresce uma improvável amizade. É justo em meio às fantasias e lendas que inundam a imaginação do menino que os dois descobrirão que o milagre da vida pode estar escondido na espessa névoa que vai diariamente do oceano às montanhas.
“Vânia”, roteiro de Thaisa Damous (Rio de Janeiro/RJ)
Vânia é uma mulher transexual que ao iniciar sua transição, se envolve em um crime. Apesar de inocente, foge com medo das consequências. Doze anos depois, Vânia segue sua vida ao lado da filha adotiva Helena. Depois de uma nova pista, o detetive Álvaro reabre o caso. Ao encontrar Vânia, durante o processo de investigação, eles se apaixonam sem que ele saiba que o crime que investiga é justamente o passado que Vânia tenta esquecer.
*
A CURADORIA do Concurso de Roteiro de Longa-Metragem do FRAPA 2018 foi formada por:
ALICE NAME-BOMTEMPO
É bacharel em Cinema e Audiovisual pela UFF e trabalhou nas equipes de roteiro de Magnífica 70, Vai Que Cola, A Vila e Mais Cor, Por Favor. Atua na curadoria dos curta-metragens do Festival do Rio, do Cabíria Prêmio de Roteiro e do Projeto Sal Grosso do Festival Brasileiro de Cinema Universitário. Escreveu e dirigiu os curta-metragens Todas as Memórias Falam de Mim e Na Esquina da Minha Rua Favorita com a Tua, exibidos em mais de 30 festivais no Brasil e no exterior.
CAROLINA SILVESTRIN
DAVI DE OLIVEIRA PINHEIRO
Criado por lobos, Davi de Oliveira Pinheiro passou os primeiros anos de sua vida sem se comunicar com a humanidade. Seu primeiro grunhido conhecido foi o hermético “Porto dos Mortos”, uma estranha incursão por diversos gêneros cinematográficos, incluindo o road movie e o horror. O longa fantástico ganhou o mundo, participando de 80 festivais internacionais, acumulando 18 prêmios, e sendo um dos primeiros filmes gaúchos a entrar no Netflix, quando o serviço já era importantíssimo nos Estados Unidos, e em outros países, e ninguém ainda dava bola, no Brasil. Como roteirista, ele tem sido ao mesmo tempo um autor e um contratado – a segunda opção lhe agrada porque ajuda a entender a diferença entre a humanidade e os lobos e lhe faz pensar num regresso à natureza. Atualmente, produz o longa-metragem “Raia 4”, dirigido por seu sócio Emiliano Cunha, mais sortudo e muito mais bonito que ele. Seu último trabalho conhecido foi “Another Empty Space”, selecionado para 60 festivais e coroteirizado com Leo Garcia. No momento, prepara-se para dirigir a série “A Bênção”, para o Canal Brasil. Também desenvolve seu segundo longa-metragem “Grito”, um dos finalistas do Guiões 2018, selecionado para o 8º Brasil Cinemundi e o X Bolívia Lab. Em 2014, Davi participou do Berlinale Talents.
GUSTAVO COLOMBO
MARCELO ANDRADE
É um dos roteiristas de Meus 15 Anos, além co-autor da série Matches, com estreia no Warner Channel prevista para primeiro semestre de 2019. Escreveu o roteiro do longa Canta pra Subir em parceria com Carolina Castro (Migdal/Paris/Downtown). É um dos roteiristas de A Dona Da Banca (CineBrasil TV/Dédalo/Raccord). Também é roteirista do projeto Música de Elevador, do Estúdio Radiográficos.
MARINA MEIRA
Cofundadora do núcleo de roteiristas Maquinário Narrativo, com foco exclusivo na criação e desenvolvimento de roteiros para Cinema e TV. Roteirista do longa “Ninguém ama ninguém por mais de dois anos” (Festival do Rio 2015, 39ª Mostra de SP) e da série “Terminadores” (Band/TNT/NETFLIX). Escreveu para “Livros Animados” (Futura) e “Um Brinde Ao Vinho” (Mais Globosat). Cocriadora da série “Albert no mundo dos porquês” (1º Programa de Desenvolvimento de Projetos da Prefeitura de São Paulo).
PEDRO GUINDANI
Dirigiu e escreveu os curtas Os Olhos de Capitu (2007) e O Que Ficou pra Trás (2014) e o longa Desvios (2016) e integrou o Núcleo Criativo da Casa de Cinema de Porto Alegre em 2015 como roteirista. Como produtor executivo, realizou as séries Bocheiros (2014) e Necrópolis, em pós-produção; o documentário Terráqueos – Vestígios de uma Era Digital (2014); os longas ficcionais Depois de Ser Cinza e Raia 4, também em pós-produção; e as três primeiras edições do FRAPA. É sócio da produtora Ausgang.
RITA PIFFER
Formou-se em Jornalismo na UFSC e obteve o seu MFA em Cinema na San Francisco State University, onde também lecionou por dois anos. Rita trabalha com desenvolvimento de projetos audiovisuais e roteiro. Seus curtas foram exibidos internacionalmente em galerias e festivais de cinema, sendo que o último, “Ausência de Memória” ganhou o Eileen Maitland Award, no 55th Ann Arbor Film Festival, prêmio dedicado a filmes que dão “voz às mulheres”. Está em fase pré-produção do seu primeiro documentário de longa-metragem “O Corpo do Filho”, selecionado para o Sheffield Fest Pitching Lab. É umas das curadoras do Festival de Cinema DOBRA.